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(Head)Shots.

por (Exmo.) Diogo Ourique, em 26.08.10
Não, não quero que me apoiem, não quero que deixem de o fazer e não quero criar nenhum dissabor nos que o fazem com tanto apreço e sentido de oportunidade.
Mas... para quê beber shots?
Vejam lá se estou errado: Estamos em crise. Logo, o mais inteligente (e não querendo chamar ninguém de burro/Liliana Aguiar) seria pouparmos dinheiro quando saímos à noite ou, mesmo, quando temos daquelas depressões hardcore depois de uma maratona de Grey's Anatomy.
Pagar 2€ (preço standard) por um copo que parece saído das cozinhas para crianças Chicco não me parece muito racional. Por volta de 9000 a.C. começou-se a ter registo de uma tal bebida alcoólica estonteante, que ainda hoje em dia é considerada uma das mais bebidas (o verbo, não o nome) no Mundo. Cerveja, esse nome tão amado por tantos. Ora, para além desta bebida (o nome, não o verbo) ser mais barata do que a mencionada acima primeiro - como é que hei-de dizer isto de forma leve...-, não sabe tão péssima e estupidamente mal! Ninguém me venha dizer que encontrou um shot que sabe bem, isso é pura treta.
Depois, e ultrapassando toda a questão do preço e das papilas gustativas, há o facto de muitas pessoas se orgulharem de dizer que passaram a noite toda a beber shots. Eu, mas isto sou só eu, prefiro dizer que passei a noite toda a beber cerveja. Porque, vejamos, "a noite toda a beber shots" é um exagero, pois ninguém passa pelo menos 9h encostado ao balcão a virar daqueles copinhos. Bebem um, vão fazer o que têm a fazer, e só depois voltam para beber outro. Com a cerveja não é assim. Posso-me gabar de passar uma noite toda a beber cerveja (embora seja custoso) e realmente ter a certeza do que estou a dizer. Para mim beber à noite é isto... beber devagar, com calma e desfrutando aos poucos do crescente estado de embriaguez, podendo dizer com convicção: "Depois de muito trabalho e movimento do meu esófago, estou bêbado. E estou-o porque trabalhei muito para isso. E a baixo custo!"
No fundo, é isto: Quando saírem à noite, em vez de beberem um shot bebam duas cervejas de penalti. Custa o mesmo, sabe melhor (ou menos mal) e vão ver que a diferença não é assim tão grande. E ao menos podem-se orgulhar de ter bebido duas garrafas cheias, em vez de um copinho de remédio.

Danke,
Abreijo.

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Afinal não é desta nova geração.

por (Exmo.) Diogo Ourique, em 20.08.10
Há quem diga que esta geração está perdida, que antigamente é que era ou, até, que ainda é do tempo em que um micro-ondas custava 35 contos.
Recentemente, e graças à playlist do meu sobrinho de 2 anos, cheguei à conclusão que a culpa não é dos jogos de vídeo, da violência na televisão ou, mesmo, do facto do Super Mário matar tartarugas com bolas de fogo lançadas pelas mãos. A culpa da violência, da falta de civismo e do mau comportamento das crianças - que leva a um excesso de birras (em italiano "cervejas", mas deixemo-nos disso) - é, isso sim, das músicas para crianças.
Músicas que falam, por exemplo, sobre o facto de um puto chamado Manel ter-se distraído e um cão lhe ter mordido e roubado a bola. Músicas que falam, também, sobre o facto de um outro puto chamado João ter perdido o seu balão com o vento. E qual é o resultado? Ficam ambos a chorar desalmadamente, enquanto pessoas sádicas os observam e aproveitam para escrever canções.
Existem ainda músicas que gozam com o facto de uma criança ter visto um sapo e ter-se assustado. É apenas normal que assim seja, e penso que não seria necessário enxovalhar a criança por ter-se assustado ao ver um animal que come moscas com a língua/pega-monstros e que imita as bochechas do Mário Soares a cada 2 segundos. São crianças, mas têm bom gosto!
Depois, existem ainda as histórias de adormecer... Ora bem, uma carocha (o insecto, não o automóvel) solteirona que não consegue encontrar um marido. Logo aí a história vai contra as tradicionais histórias de princesas bonitas com quem qualquer um queria ... cof cof... , mas que esperam pelo seu príncipe encantado. A carocha não, vai para a janela e faz-se a todos, começando a escolhê-los a dedo. Finalmente decide-se por um rato, de seu nome João Ratão (nome original, para um rato), que lhe preenche todas as suas aspirações. E o que é que lhe acontece? Cai dentro de um caldeirão com sopa a ferver e morre, certamente ficando na sala aquele cheiro a porco queimado, logo seguido de um elegante aroma a cozido à chinesa (composto por rato e um patê de miolos de macaco, para quem não sabe).
Outra história de adormecer que não me parece muito correcta, e para acabar com isto, é a história do Capuchinho Vermelho. Para ser breve: Uma rapariga que vai a casa da sua avó acamada, mas que encontra um lobo mau disfarçado dela mesma. Aí ele faz uma investida para a menininha, mas eis que chega um lenhador que lhe corta as entranhas com um machado (qual Jack Torrance) para retirar a avó de dentro dele.
E assim adormecem as crianças, depois de contada uma bela história. Querem o quê, que elas sonhem com borboletas, com elefantes cor-de-rosa ou com unicórnios? Para isso dêem-lhes um charro, ao invés de lhes contarem estas histórias verdadeiramente gore. Ou metam-lhes uma pastilha de metilenodioximetanfetamina (ecstasy, para os menos experientes na cena) no leite, antes de se deitarem.
No fundo, o que eu quero dizer é: Abaixo as drogas, a menos que cantem e contem aos vossos filhos coisas como as atrás mencionadas, que retrocedem o processo de civismo humano. Aí é preferível recorrer às drogas.

Kanimambo,
Abreijo.

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